Thursday, October 12, 2006

Opressão do Só...

Uma relação intensa de conversação com o eu, desgastada no volátil universal, torna-se por fim o mesmo, o tudo, o nada. O singular esvai-se na multidão. Opressão do só. Só? A sensação de solidão é reprimida. Implantação do estado eufórico de enquadramento.
O naturalmente periférico, é consumido pouco a pouco, por não poder ser. Não poder? Não querer? Ou a negação do impulso de somente ser, obriga a criar artifícios de rejeição à crença do íntimo, alimentando o fruto podre da massificação que não lhe pertence, mas parasita-o, de forma que a influência externa controlada pelos dominantes cria um mesmo, um igual. A virtuosidade da unicidade espontânea mingua; a célula desprendida, sem saber - ou sabendo sem querer – é capturada pela secreção do ferimento que se aglutina a ela e a retém como corpo. Corpo social? Ou na verdade, carne social? Já que o corpo não está completo. O espírito do espirituoso foi exorcizado, resta a carne para alimentar, sem mais o risco de envenenar, a teratologia do poder.

0 Comments:

Post a Comment

<< Home